sábado, 26 de setembro de 2009

poesia no olhar...

"Um beijo Roubado. É sobre o que, esse filme? Sobre absolutamente nada, a não ser a vida, essa que passa pela nossa janela sem roteiro, sem diálogos geniais, simplesmente a vida que nos convida: vai ou fica? Ela, a vida, essa que nos faz entrar em bares suspeitos, chorar de amor, espiar pelas frestas, pegar no sono em cima do balcão depois de beber demais. É noite escura e a gente sofre calado, deixa a conta pendurada, bebe de novo quando havia prometido parar, e morre - morre mesmo! - de ciúmes sem ter tido tempo de saber que éramos amados. A vida e nossos vícios, nossas perdas, nossos encontros: quanto mais nos relacionamos com os outros, mais conhecemos a nós mesmos, e é uma boa surpresa descobrir que, afinal, gostamos de quem a gente é, e quando isso acontece fica mais fácil voltar ao nosso local de origem, onde tudo começou. A vida e a espera por um telefonema, a vida e seus blefes, e nosso cansaço, e nossos sonhos, e a rotina e as trivialidades, e tudo aquilo que parecerá sem graça se ninguém colocar um pouco de poesia no olhar. A vida e suas pessoas belas, feias, fortes, fracas, normais. Todas atrás da chave: aquela que abrirá novas portas, velhas portas, a chave que nos fará ter o controle da situação - mas queremos mesmo ter o controle da situação? Não será responsabilidade demais? Deixar a chave nas mãos do destino é uma opção. Os sinais fecham, os sinais abrem. Você segue adiante, você freia. A gente atravessa a rua e vai parar em outro mundo, basta dar os primeiros passos. Viaja para esquecer, viaja para descobrir, e alguém fica parado no mesmo lugar, aguardando (quando pequeno, sua mãe o ensinou que, ao se perder na multidão, não é bom ficar ziguezagueando, melhor manter-se parado no mesmo lugar, aí fica mais fácil ser encontrado). Muitos estão parados no mesmo lugar, torcendo para serem descobertos. A vida como uma estrada sem rumo, a vida e seus sabores compartilhados, um beijo também é compartilhar um sabor. Afinal, vou ou não vou falar sobre o filme? Contei-o de cabo a rabo. Vá com poesia no olhar."
(Um poema filmado, texto de Martha Medeiros publicado na pág.24, Revista O Globo de 25/05/08)

sábado, 19 de setembro de 2009

19 de setembro...parabéns!!!

Parabéns para minha grande professora e amiga, Ana Marcia...
Um bom dia para nascer uma professora...
isso porque nesta data também surgiu o gigante Paulo Freire...
Pronto. Encontrei a explicação...

Tem pessoas que surgem, não sabemos de onde, mas suas luzes refletem tanta coisa boa que, mesmo distantes, estão sempre conosco.
Que as borboletas coloridas decorem seu dia...
Que o gato de botas, os anões, as princesas... invadam esse dia especial e te façam sorrir, briincar, dançar com toda a simplicidade de uma criança.
E que você continue sempre iluminando caminhos e trazendo flores e borboletas para o mundo frio da universidade.


Parabéns, professora!!!

11 de setembro

11 de setembro de 2001...
O dia em que a Terra parou...
o dia em que o terror, o medo, o desespero...
inundaram o mundo.
Cruel demonstração de até onde a maldade, a ganância e a falta de amor ao próximo podem levar.
Inocentes sucumbiram diante de tamanha tragédia...
O terror ficou estampado em cada face...
culpados?
São aqueles que esquecem dos belos sentimentos e que fazem da guerra a única razão
para existir!!

Dolorosas lembranças para o mês que abre a primavera...

Dia do corínthians...1º de setembro!!!

Os simples mortais não compreendem essa magial bicolor que atende pelo nome de Corínthians,
Coringão, Timão, Time do povo...
Essa paixão preto e branca faz 99 anos...
falta pouco, muito pouco, para completar um século de vida...
Um século de emoções que só o corinthiano é capaz de sentir.
Nascido de uma reunião de gente humilde, em um dos bairros mais populares de São Paulo...
Há 99 o Bom Retiro abriu as portas, "deu a luz" uma paixão que ultrapassa todas as loucuras...
Uma paixão que cresceu e se alastrou pelos quatro cantos do mundo...
E ele continua a crescer...
empolgante, triunfante, arrastando muultidões de fiéis, multidões de loucos por esse clube, por essa nação.
Nesses 99 anos é impossível esquecer do gol do Basílio em 77, dos do Neto em 90, do gol de placa do Marcelinho e de tantos e tantos outros momentos que se eternizaram em nosso coração alvinegro.
Como diz Antônio Fagundes..."porque ser corinthiano é ser BEM MAIS BRASILEIRO!!!"

PARABÉNS CORÍNTHIANS, MINHA NAÇÃO!!!!

Diário de bordo...capítulo final de dinâmica de grupo


Hoje, estou tentando reunir as palavras para relatar, descrever, explicar o final, minha saída da disciplina Dinâmica de grupo...
Não, a disciplina não teve apenas 4 aulas... ela tem ainda muitos outros encontros para quem ficou.
Eu e minha amiga temos que descer nessa estação. É o fim da linha...
Confesso que , por mais que estivéssemos cientes de que isso seria muito provável, ainda acreditávamos que poderíamos conseguir vagas... estávamos amando aquela sala de aula diferente de tudo o que já vivemos dentro das paredes da academia. O impacto do resultado foi meio doloroso; sem medo de hipérbole, o sentimento chegou pertinho do anúncio da minha ida para a única recuperação por 2 décimos.
Como fiz um balanço sobre as primeiras aulas e sobre a perspectiva de meu ensaio final, agora, como sei que não poderei mais escrevê-lo, farei um balanço final sobre isso tudo, na tentativa de me aliviar, de ficar mais leve...

A disciplina
Cursar Dinâmica de grupo foi uma decisão que tomei (ajudada por algumas pessoas) para driblar a timidez, superar meu medos e, consequentemente conseguir melhorar minha vida profissional. Era um caminho que eu mesma acreditava que poderia encontrar minha superação. É lógico que tudo ainda estava muito remoto, afinal, foram apenas 4 aulas. O medo de me expressar ainda existia, a insegurança ainda me controlava, mas agora a vontade de superar tudo aquilo estava ali, pertinho e , a cada encontro, essa vontade crescia e ia sendo irrigada pelas palavras ouvidas, pela cumplicidade, pela amizade.

A Burocracia (Ou injustiça?)

Infelizmente o que se tem observado na grade curricular de diversos cursos é a presença de disciplinas que em nada acrescentam para a formação profissional. Em Letras não é diferente...
Quando optamos por seguir o caminho das licenciaturas, aparecem 5 disciplinas pedagógicas e mais 2 ou 4 práticas de ensino. Infelizmente dentro desse "pacote" de disciplinas oferecidas "por livre e espontânea pressão", em conjunto pelas coordenações de letras e das licenciaturas diversas, há disciplinas que não acrescentarão em nada na formação docente. Passar um semestre decorando leis (que eu aprendi em uma semana estudando pra concurso...), pasar outro fazendo resumos de livros, apresentando seminários sobre a educação na década de 50... sinceramente não vejo como retirar lições daquelas aulas. Não consigo enxergar como ajudar meus alunos com base naquelas aulas de conteúdos arcaicos e pensamentos que nada têm a ver com as realidades que enfrento.
O que mais me irrita e me deixa indignada é a existência de outras disciplinas que podem ajudar o professor no seu dia-a-dia e que o direito de cursá-las é restrito. Prefiro acreditar que os cursos que lidam com a EDUCAÇÃO são um conjunto, ou melhor..."um grupo"que deve ser homogêneo. Devido a isso, não vejo o porquê de essas disciplinas que visam a formação de profissionais para exercerem a atividade docente não serem oferecidas às licenciaturas.
O que mais me surpreendeu na "saída " da disciplina Dinâmica de grupo foi o fato de não ter ficado pelo fato de que a coordenação que oferece a disciplina não levar em conta o requerimento da coordenação de meu curso. Prova disso é a ausência da disciplina pendente na grade. Então, diante disso, é perceptível que os alunos das licenciaturas não podem cursar dinãmica de grupo porque não são de pedagogia. Entendo isso como um monopólio... podem não me entender, mas é isso. E o grupo de cursos destinados à educação?...
Seria injusto reservarem 5% dessas vagas para que tivéssemos alguma esperança de cursar essa disciplina? 5% apenas para as licenciatura...
A sensação que dé é que somos vistos como educadores à parte...
Às vezes dá um arrependimento de não ter feito o bacharelado logo... de não ter ido ao Ce... de não ter que ter cursado algumas daquelas cadeiras...
Será que só será possível se juntar-se aos outros? fazer vestibular de novo pra pedagogia e pagar essa cadeira?...?
Devido a esses desencontros, continuamos a ser obrigados a assistir aulas estéreis que nada acrescentam para nossa vida pessoal e profissional.
Como diria o mestre Drummond..." Brincar com a criança não é perder tempo; é ganhá-lo. Se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados, enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis que nada contribuem para a formação do homem."

Retrospecto
Com a presença do fantasma da falta de vagas, desde o início tinha decidido aproveitar cada momento. Tinha decidido tentar dar o máximo para não me arrepender depois. Dentro de minhas possibilidades acho que estava caminhando... estava tentando...buscando me superar a cada aula. Na última, porém, coisas externas me atrapalharam um pouco, mas estava lá.
Tem coisas que vão ficar guardadas. Tem lições que me farão refletir... pensar e dialogar comigo mesma. Embora tenha ficado pouco tempo, valeu a pena.
Valeu a pena ter levado falta toda segunda em uma das escolas...
Valeu a pena colocar uma substituta na última aula em outra escola...
Valeu a pena chegar em casa de 1 hora da manhã...
Sim...valeu a pena. Será que sou pescadora de ilusões?


Sentimento

O sentimento que veio quando soube realmente que não estava mais foi meio louco. Injustiça, decepção, tristeza...lágrimas. Me vi criança de novo, chorando por terem me tirado um brinquedo novo e já preferido. Querendo, desejando brincar, mesmo que timidamente, outra vez.
Ontem teríamos aula, mas não ousei ir pra última. Iria esplodir ... desabar quando terminasse, pois eu sabia que era realmante a última. Não tinha mais o que fazer...
Só sei que sempre quando chegar a hora da aula, vai ficar um vazio meio louco... uma curiosidadde sobre o que estarão fazendo...
o que estarão ouvindo...brincando...aprendendo...
Então me contentarei em reler o que escrevi sobre essa experiência curta e extrememente saudosa .
Já estava bastante curiosa sobre como começar meu ensaio final. Confesso que estava com receio de não conseguir controlar as palavras... elas já apareciam, já me perturbavam, me acordavam...em tão pouco tempo. É engraçado como isso ocorre...a fala some, foge e as palavras esplodem, me invadem e me dominam.

Agora... tenho que dizer a elas que não sairão mais... que terão que mudar de prosa... esquecer o ensaio final e voltar à realidade nossa...
Mas...toda vez que eu ouvir a aventura do Gato de Botas, de todos os sete epas dos anões, do coelhinho do relógio... vou lembrar da bela borboleta do Ziraldo e das lições de minha grande professora! E isso não há buricracia que possa me impedir de sentir!!!

"E lá se foram eles felizes pra casa, sabendo que nunca mais iam esquecer de sua borboleta...
da borboleta que cada um tinha visto voando dentro de um livro."

Abraçoooooo


No final do ano passado, lembro que estava caminhando por uma das ruas do Recife, lotada por sinal, e me deparei com uma senhora sorridente, com um cartaz colado ao seu corpo com a seguinte frase: "- Abraço grátis! " Não ousei, mas segui pensando no quanto as pessoas (inclusive eu...) estão tão envolvidas com o materialismo que esquecem as coisas, os gestos que aquecem o coração...

Pode parecer uma visão romântica, mas não temos mais tempo para nos abraçar...
não temos mais tempo para dar atenção às coisas singelas da vida...
O abraço pra ser abraço, tem que ser apertado, confortante, demorado...

É o encontro de dois corações...

É o momento de colocar esses corações frente a frente e expor as mais puras emoções...

não é necessário falar...
basta sentir em silêncio o quanto é bom essa troca de carinho.


Que possamos abraçar mais...
que possamos permitir que nossos corações fiquem frente a frente com outros... sem corre-corre, sem pressa...
Certamente viveremos muito melhor!!


Um bom início de semana!!

Diário de bordo 2

Preliminares:

O que se há de fazer no resto do dia quando se passa uma parte da manhã no hospital em um processo alérgico provocado por um anti-inflamatório receitado após uma pequena cirurgia?
O que se há de fazer no resto do dia quando se toma uma daquelas injeções antialérgicas que parece que perfuram a alma, dá um sono imenso e o médico manda ficar 48 horas de repouso? O mais sensato diria: - Descanso!! Nada de dar aulas, nada de ir às aulas... Mas... "no meio do caminho tinha a aula de dinâmica de grupo , tinha uma aula de Dinãmica de grupo no meio do caminho"
( ou seria Dinâmica de minha Superação?)

Bem, a verdade é que as palavras do médico, a dor da injeção e os resultados da alergia pareceram pequeninos diante de minha vontade de ir àquela que poderia (?) ser a última aula devido aos desencontros das coordenações...
Nem é preciso dizer que minha mãe ficou falando, falando... (como falam todas as mães e falam os sensatos diante de uma situação dessas!)

Passei a tarde literalmente "grog", "dopadérrima", sonolenta... mas no primeiro toque do alarme do celular, ignorei o incômodo do local da injeção e fui para mais um desafio, para mais uma aula.

A aula

Ia começar tudo de novo...
a avalanche de sentimentos, o medo, tudo...tudinho do mesmo jeito. A diferença era que além das dores rotineiras, agora doía o local da injeção...(rsrsrsrs) o ideal seria uma aula light, sem esforços...
Mas... foi a mais agitada de todas até agora! Quando o comando era dado pra se movimentar, pra aquecer, minha perna suplicava: - Não vá! Não faça isso!!!!
mas... a falta de coragem pra falar o que ocorrera, o medo de ser "tachada" de irresponsável por desobedecer ordens médicas me faziam ficar em silêncio e ocultar o que se passava... me faziam esconder a dor e o incômodo das reações da alergia que incomodavam bastante, além do sono provocado pela medicação...

Diante disso quando lembrava que poderia ser a última vez, lembrava de todos os sentidos da palavra SUPERAÇÃO. Lembrava da frase do meu filme preferido... "Carpe Dien"! e de algumas palavras do grande Mário Quintana: "Quando se vê, já são seis horas!/Quando se vê, já é sexta-feira.../Quando se vê, já terminou o ano.../Quando se vê, passaram-se 50 anos!/Agora, é tarde demais para ser reprovado..."
Então não poderia perder a oportunidade...apesar de tudo.Tinha que aproveitar o momento. Aproveitar a chance que tenho recebido pra tentar, não digo acabar, mas diminuir, me habituar, controlar um pouco essa timidez e, sobretudo esse medo imenso que não sei de onde vem, porém me aprisiona de um jeito inexplicável.

Uma volta...
A segunda aula, confesso que mecheu mais comigo por causa da técnica de mostrar o seu lado, ´seu EU. Limitei-me a mostrar apenas as imagens, os meus "céus"...sem usar explicações para o porquê das escolhas. Tentar provocar minhas palavras alí, naquele momento, seria "inflamar" nuvens pesadas... seria acordar fantasmas e fazer o meu EU chover...
Não me permiti...iria me sentir em plena terapia, só que com inúmeros olhares, diversas interpretações . E isso pra mim não é legal. Pensei em nem mesmo mostrar o que escolhera e sair da sala (estava sufoacada...), mas sei que iria ser cobrada pela omissão e consegui só mostrar, sem provocar meus sentimentos nem despertar minhas lembranças.
A volta da borboleta mágica de Ziraldo foi fantástica! Agora, porém, o bater de suas asas deu-se à noite... mas a condução de seu voo, deu-se da mesma maneira singela e emocionante. Mais um momento pra guardar no coração...

Um Balanço após três encontros...
Na última aula, como já conhecia uma das dinâmicas, não deixei minha amiga se afastar de mim, nossos passos eram dados na mesma direção e quando saímos, saímos juntas. Lembrei da aula de p6 e de meu amigo de educação física que também atendeu aos meus pedidos para não me deixar sozinha. No momento de avaliação, as palavras não ousaram sair, talvez se me fosse permitido escrever, desenhar, pintar... as coisas seriam diferentes...

Como já havia falado, tenho encarado a disciplina como uma grande tentativa de me superar, de vencer meus medos, de tentar derrubar ou ultrapassar as barreiras que eu mesmo construí em meu caminho. Cada aula é um desafio novo, uma prova de fogo onde há pessoas muito especiais que estão alí, me dando forças, me empurrando. É fácil enfrentar seus limites? não é. Pelo contrário, a vontade de recuar diante de uma situação de exposição é imensa. A confusão de sentimentos parece que chicoteia meu corpo e me amordaça... pode parecer um exagero, mas é a mais pura verdade...
Tenho plena convicção que alguma coisa vai ficar. Acredito que mesmo após três aulas, já é possível dizer que há conquistas. Pequeninas, é verdade, mas consigo vê-las. Consigo acreditar que estou no caminho certo...
Às vezes me questiono:- Será que isso é real?
- Será que existe essa disciplina que me permite brincar, que me dá a chance de tentar driblar essa timidez louca que carrego comigo?
- Como pode haver algo assim na terra dos "dragões que cospem fogo?"
Tenho descoberto que existe, e que é real!
Como eu posso ter outra oportunidade de "brincar no carrossel mágico?" de me encher com o pó do pirimpipim? de receber os brinquedos de letras novamente, agora não mais sob a luz do sol, mas sob o brilho das estrelas...?
Tenho que aproveitar... só isso.

Sinto que pode ser um divisor de águas... antes e depois de Dinâmica de Grupo...
antes e depois da tentativa de um eu que vive preso, andando livre pelas ruas se encontrar e conseguir navegar serenamente, vencendo as tempestades, ignorando os fantasmas...


P. S. Pelo andar da carruagem, terei que puxar o freio de mão quando estiver escrevendo
o ensaio...rsrsrsr

meus EUS


Meu céu...
meu eu....

Céu escuro...noite misteriosa,lua tímida... pouca luz. Timidez, medo, isolamento, solidão...

Segunda aula de Dinãmica de Grupo...
Para mim... Segundo momento
da tentativa de superação!

Primeira aula de Dinâmica de Grupo ( diário de bordo)


Ufa! Pensei que não fosse dar conta, mas aqui estou eu sã e salva após a primeira aula de Dinâmica de grupo. Foi difícil falar pra mim mesma que teria que me apresentar, como todos, diante de olhares desconhecidos e de dois que já conhecem a maioria dos fantasmas que sobrevoam por aqui...
Foi difícil esconder a tremedeira do corpo que mais parecia ser originária do frio da sala...
Foi complicado ordenar à minha voz que ela deveria decodificar o que minha mente tinha planejado,tinha arquivado.
Estava tudo prontinho. Um pacote embrulhadinho da fala que deveria ser exposta naquela sala de aula diferente. Todos foram falando, foram falando... e eu me contorcendo, enchugando a água fria que brotava das mãos; tentando inibir as lágrimas que queriam sair; abraçando a si mesma para esconder o "terremoto" interno que, a cada fala alheia, piorava, prevendo que não havia mais saída... "se estava na dança era pra dançar..."
Então chega um momento em que não é mais possível ser expectador. Era a vez de subir no palco e, por momentos, ser o que é mais complicado para um tímido : O centro das atenções!
E o pacote embrulhadinho da fala programada se desfez e sumiu no ar...
e uma louca mistura de sensações eclodiram, mas consegui buscar um ar não sei de onde e falei diante dos olhares que preferi ignorar, mas um deles via (acho que muito mais que os outros) a minha dificuldade de passar por mais aquela prova, por mais aquele desafio necessário.
Depois... a sensação de voltar a respirar é maravilhosa! É como se eu tivesse asas e elas tivessem sido amarradas, cortadas e depois da "exposição", elas voltassem a mim para que eu pudesse batê-las bem forte e voltar a voar, a controlar os meus pensamentos, a organizar a alma.

Engraçado foi que antes do início da aula, prostrada em frente à sala, uma quantidade imensa de coisas iam passando por minha cabeça, talvez tentando disvendar o que se ocultava por trás daquela porta. Coisas que me indagavam o porquê de eu não desistir. Vozes que me diziam que era melhor fugir, como tantas e tantas vezes já fizera... o medo do desconhecido me atormentava...
Depois, no final, a certeza (apesar de tudo), de que fiz certo em permanecer e, certamente, mesmo sabendo que muitos outros desafios virão, se eu não conseguir ficar na turma (ainda não fui confirmada...), um "tantinho grande" de tristeza vai me pegar e, por incrível que pareça, vai ser maior que todas aquelas sensações da apresentação e de muitas que ainda estão por vir.

Tudo isso me trouxe algumas palavras...: "...E você aprende que realmente pode suportar, que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida. Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar".

Sexta-feira, 24 de Julho de 2009


" Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo - para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado."

Mario Quintana (foto imagebank)

Fome


Semana passada quando voltava, à noite, da universidade, me deparei com uma cena forte que mecheu comigo e com certeza com os demais passageiros que se encontravam na parte de trás do ônibus...
Eram dois meninos. Duas crianças de mais ou menos oito anos. A alegria com que entraram no ônibus, ainda na integração, me chamou a atenção mesmo em meio ao cansaço em que eu me encontrava. Eles sorriam, dançavam, pulavam. Essa euforia toda me fez abrir os olhos que estavam quase sendo vencidos pelo sono...
Eles estavam pertinho de mim... seus olhinhos brilhavam de felicidade. Um tanto quanto curiosa comecei a observá-los melhor. Comecei a observar os detalhes que envolviam os dois em busca de algo que explicasse aquela alegria mágica, sincera, contagiante.
Foi aí que vi que ambos estavam com uma pequena sacola nas mãos. Eles a guardavam como se fosse o mais valioso dos tesouros. Como era transparente, deu pra notar o conteúdo das sacolas:
- um pedaço de frango, um pão, alguns pedaços de linguiça, farinha...
Por um instante um deles começou a fazer um buraquinho na sacola e a cheirar a comida... e o outro sorridente falava: - Chega logo!! Chega logo!! e se referia ao outro:- Ei, no meu não tem pão... tu me dá um pedaço do teu que eu reparto meu frango com você. Quando olhei em volta das pessoas que, como eu, presenciavam a cena, seus olhos derramavam lágrimas!
Por um instante eles perceberam que todos os observavam extáticos e começaram a exibir os seus valiosos "prêmios"com mais alegria ainda. Um rapaz que estava perto deles ainda abriu a carteira e deu um trocado a eles para comprarem mais pão. Foi aí que eles, tímidos, pararam de dançar e o que se ouviu foi um quase silencioso agradecimento.
Quando o ônibus chegou à integração, eles correram em busca de um banco para sentarem e saborearem seus prêmios...

FOME... um fantasma real que não assombra só os países da Àfrica. Infelizmente ele também está por aqui... assombrando, sobrevoando e aterrorizando muita gente. Diante dessas cenas tristes, chocantes, é que pensamos no quanto somos felizes por termos uma mesa farta, uma cama quentinha...
Posso levar as coisas pelo lado do romantismo, mas não consigo ser insensível a isso...
A gente sabe que existe milhares de pessoas que passam fome em nosso país, mas quando se presencia duas crianças inocentes... aí é demais... não há como não ficar chocado

Timidez

"...eu encubro , eu disfarço eu camuflo, eu desfaço Eu respiro bem fundo Hoje digo pro mundo Mudei rosto e imagem Mas você me sorriu Lá se foi minha coragem Você me inibiu. "(Biquini cavadão- timidez)

Para os que estão de fora do mundo da timidez as coisas são bem fáceis...
e para quem pensa em sumir quando a professora forma as "rodinhas" nas aulas?
e para quem tem vontade de morrer quando uma pergunta é feita nessas rodinhas?
ou ainda, e para os que estão na frente da turma para apresentar um seminário, sendo o centro das atenções?
a timidez é como navalhas cortantes arremessadas pelos olhares das pessoas...
é algo meio louco, cortante...
o ar parece que desaparece, o sangue ferve, a pele treme, o coração dispara alucinado e a mente estaciona inibindo a voz que tropeça nela mesma e não ousa sair ou, quando sai, é em uma velocidade louca que pouco é ouvida pelos expectadores. Quando a "prova de fogo" chega ao final, o sangue, o coração, o corpo...todos voltam ao normal exceto a mente que agora trabalha pensando no julgamento dos outros...

É uma sensação louca e se livrar dela é muito difícil...
A dificuldade para comuinicar-se é uma barreira imensa e o silêncio é o paraíso.
Uma prova escrita é a mais maravilhosa de todas as avaliações, do mesmo modo que um debate, um seminário... são vistos como sessões de tortura, onde o medo de "ser julgado" de ser observado, ouvido... desencadeiam toda a avalanche...

Amigos

Amigos...

O tempo que nos aproxima é o mesmo vilão que parte a linha dos nossos caminhos em dois e não nos permite fazer uma emenda...
A estrada que nos conduz para um encontro naquela cidade, naquela rua, naquele beco é a mesma que nos coloca, um dia, em ruas, cidades, países, mundos...distintos.
O mesmo mundo que nos aproxima, nos separa um dia...
Assim é a vida.
Assim é o nosso mundo...
Um dia compartilhamos histórias,
demos muitas rizadas, derramamos lágrimas,
compartilhamos sonhos, fizemos celeumas,
escrevemos páginas de um livro onde éramos os protagonistas.
Depois soltamos as mãos e caminhamos...
Andamos por caminhos novos, desconhecidos e, em uma rua de uma cidade qualquer, de um mundo qualquer, encontramos mais alguéns que estendem as mãos e nos
conduzem a uma outra parte da história...
Ensinam-nos a sorrir, a chorar, a fazer novas celeumas e a escrever mais uma página
do nosso livro.
Do livro de nossas vidas,
que desde o desabrochar das nossas primeiras letras
carregamos conosco pelas ruas, becos, cidades e mundos
que o tempo e o destino nos levam a caminhar.
Um livro de muitas páginas,
muitas histórias e personagens que
desde o início fizeram-se presentes e a quem chamamos de amigos
e que
A cada linha do caminho partida,
A cada caminho finalizado,
nos faz reler aquela última página colorida e
torcer para que um dia ela volte e ser escrita
em outra rua, em outro beco, em outro mundo...
com os mesmos personagens, com os mesmos amigos.

Feliz dia do amigoooooo!!!!!

Silêncio

" O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: "Se eu fosse você..." A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na escuta que ele termina"

Rubem Alves

Um outro mundo...


"A professora deve ter notado que ele estava distraído, ausente, olhando o vazio fora da janela. Falou alto para chamar sua atenção. Inutilmente. Ela não percebeu que distração é atração por um outro mundo. Se os professores entrassem nos mundos que existem nas distrações de seus alunos, eles ensinariam melhor. Torna-se-iam companheiros de sonhos e invenções. "

(Rubens Alves)

Saudades

“Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade. ..”
Saudade de um irmão que mora longe. ..
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais...
Saudade de uma cidade...

Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade dos sorrisos, das gargalhadas, das conversas, dos abraços. Saudade de pessoas que entraram em nossa vida, se instalaram nela e compartilharam momentos conosco, edificando uma verdadeira AMIZADE.
Um grupo poderia estar na aula de inglês e o outro na aula de espanhol, mas havia o encontro nos corredores...
Alguém poderia ir ao médico, mas o celular aproximava as vozes distantes e na outra aula as conversas seriam postas em dia...
Se a chegada das férias freava os encontros, as reuniões nos shoppings e nas pizzarias amenizavam até que as aulas retornassem...
Quanta saudade...
Das conversas intermináveis nos ônibus, da confecção de bilhetinhos que circulavam em movimentos de ida e volta na hora da aula, do grupinho reunido no fundão da sala, das correrias para entregar trabalhos, das cópias compartilhadas, dos nutritivos “almoços” quando era preciso ficar o dia todo na Universidade, das atas de frequência assinadas com fidelidade!(rsrsr), dos trabalhos com o mesmo grupo e das reuniões bagunçadas para organizá-los, das lágrimas compartilhadas, dos medos da reprovação, das celeumas... quanta saudade...

O tempo passa e esquecemos que os momentos também vão com ele... só percebemos quando surge uma dor maior que todas, sem nada em nosso exterior estar machucado...
É aí que nosso coração chora e a saudade vem...

Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se aquelas pessoas importantes em nossa vida continuam sorrindo .
Não saber se elas continuam com dificuldade em inglês. Não saber se elas ainda escrevem aquelas poesias. Não saber se estão estudando para um mestrado como prometeram. Não saber se ainda lembram daqueles momentos, se aprenderam a enfrentar essa dor que ,depois da separação, passou a surgir, se elas continuam preferindo Drummond a Paulo Coelho, se continuam achando “um saco” estudar latim, se continuam correndo de um lado para o outro, se elas continuam sonhando com dias melhores, se permanecem enfrentando os ruge-ruges das ferraris da vida...
Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. É desejar saber se todos estão felizes.
Saudade...é a falta de quem compartilhou momentos conosco que se tornaram eternos...


Ao meu grupinho do curso de Letras da UFPE.
Saudades, povo das letras!!!

By Neruda


"Sempre sustentei que a tarefa do escritor não é misteriosa nem mágica, mas que, pelo menos a do poeta é uma tarefa pessoal, de benefício público. O que mais se parece com a poesia é um pão ou um prato de cerâmica ou uma madeira delicadamente lavrada, ainda que por mãos rudes. No entanto, creio que nenhum artesão pode ter como o poeta tem, por uma única vez durante a vida, esta sensação embriagadora do primeiro objeto criado por suas mãos, com a desorientação ainda palpitante de seus sonhos. É um momento que não voltará nunca mais. Virão muitas edições mais cuidadas e belas. Chegarão suas palavras vertidas na taça de outros idiomas como um vinho que cante e perfume em outros lugares da terra. Mas esse minuto de arrebatamento e embriaguez, com som de asas que revoluteiam e de primeira flor que se abre na altura conquistada, esse minuto é único na vida do poeta. "


(Pablo Neruda em Confesso que vivi, p. 53).

“Professores” (Jornal do Commercio, quarta-feira, 08/07/09, Caderno Economia, p. 2. Coluna JC Negócios.) Fernando Castilho
“E os professores, hein? O governo do Estado com publicidade na TV celebrando o programa Professor Conectado, piso nacional e a restauração das escolas com laboratórios, e o Sintepe decretando greve por tempo indeterminado. Ô povo ingrato esse da educação...”* * * * *
Ilmo. Sr. Fernando Castilho,Saudações poéticas!!!Eu sempre estimei a função social (e pedagógica) do jornalista, do profissional da imprensa em geral. Contudo, às vezes, alguns desses profissionais adotam algumas posturas contradizentes com a realidade, inadequadas, parciais, tendenciosas e até preconceituosas.A sua nota "Professores", publicada na Coluna JC Negócios, do Jornal do Commercio, hoje (08/07/09), é um exemplo desse tipo de postura. Visivelmente, V. Sa. baseou-se apenas nos dados propagados pelo governo do Estado para escrever sua nota. Com isso, exerceu um papel de crítico e algoz de uma categoria que está em luta por melhores condições de trabalho e de vida. Inclusive, sendo extremamente inconveniente e sarcástico no final da "nota", ao afirmar: "Ô povo ingrato esse da educação...".Para poder tecer comentários acerca da greve deflagrada pelos professores do Estado, V. Sa. deveria considerar os dois (ou mais) lados da situação.Por exemplo:As cifras referentes a possíveis "aumentos" nos vencimentos, com a implantação do Piso nacional (de 30,6 a 68%(?)), atingiu uma pequena parcela dos professores da rede (a maioria em início de carreira). Os demais seriam contemplados com o PCC, cuja implantação tem sido adiada há anos. Isso sem falar que o tão-falado Piso também foi apenas parcialmente implantado no ano passado; pois deveria ter sido corrigido em janeiro deste ano e isso não foi feito.O "bônus" (ou 14º ou meio-14º) não foi pago na folha de junho, como foi divulgado na e pela imprensa; e os critérios para a conquista desse "benefício" ainda estão meio obscuros.O programa "Professor conectado" não atingiu a todos os professores hoje em exercício de sala de aula; haja vista o fato de o Estado possuir aproximadamente 5 mil professores contratados - que, apesar de darem aulas no estado por até 4 (quatro) anos, não têm direito a participar de nem UM dos programas, projetos, benefícios etc. destinados à categoria. (Isso sem falar que a manutenção da conexão (internet) é extremamente cara; e não é bancada pelo governo.)A maior parte das escolas que possuem laboratórios (pois, muitas ainda não os têm!) estão com os equipamentos sucateados e defasados; além de terem um número insuficiente de computadores (em geral oito) para atender todo o alunado. Até mesmo um simples conserto de uma máquina é invariavelmente burocrático e sempre adiável, devido à falta de peças para reposição.As "capacitações" não atingem todas as disciplinas e são realizadas em outras cidades (geralmente, do interior), o que não permite a participação de todos os profissionais convidados - que precisam ter mais de um vínculo empregatício para poder sobreviver. (Além disso, a “ajuda de custo” paga por tais participações demoram bastante para ser reembolsadas ao professorado, que paga por antecipação.)A maioria das escolas ainda conta com um número alarmante de professores-contratados; enquanto muitos outros esperam a nomeação oriunda dos concursos recentes.E, algumas dessas escolas, ainda não têm professores para algumas disciplinas desde o início do ano letivo (ou de anos anteriores), segundo números do próprio SINTEPE, constantemente divulgados, e corroborados pelo governo.Os educadores de apoio (coordenadores pedagógicos) estão recebendo o mesmo percentual de gratificação que os professores (60%); quando em anos anteriores, este percentual era 10% maior que o do professorado - devido à maior intensidade e diversidade de atividades.Algumas escolas estiveram passando por reformas durante as aulas no 1º semestre; causando mal-estar e problemas de saúde mais sérios em professores e alunos.Há escolas grandes que contam apenas com um ou dois funcionários na Secretaria, causando atrasos na execução de atividades e serviços; enquanto os aprovados no último concurso ainda esperam nomeação.Até hoje, no início do 2º semestre, há alunos que não receberam fardas; pois não foram entregues todos os números em quantidade suficiente.Alguns alunos estão esperando a reposição de livros de algumas disciplinas, que estão faltando nas escolas, desde o início do ano letivo.Ou seja, ainda há muito para ser feito. Por isso, a greve dos professores é lícita e visa a melhoria da educação como um todo. Não é "ingratidão" nenhuma dos professores. Todos respeitamos os esforços empreendidos pelo atual governador (eleito inclusive por uma grande maioria dos professores e funcionários públicos em geral). Contudo, as propagandas veiculadas na imprensa (e repetidas por alguns jornalistas/analistas) não podem servir como um "presentinho", um "cala boca", que nós estamos desdenhando, para que nós deixemos de reivindicar os nossos direitos.Queremos uma educação pública e de qualidade para todos!!!A nossa felicidade, neste caso específico, é a sua coluna não ficar num caderno central e de interesse geral; portanto, não é tão lida; e, por isso, o estrago que ela pôde fazer é bem menor do que se ela fosse veiculada no Caderno Cidades, por exemplo.Mesmo assim, eu (ou melhor: nós cidadãos, professores e não) solicitamos de V. Sa. um pouco mais de atenção e acuidade social ao redigir as notas de sua coluna.
Agradeço pela sua atenção e coloco-me ao seu inteiro dispor para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.
Cordialmente,Francisco Mesquita. Professor. Olinda. ffmesquita@ig.com.br.

Não trato palavras nas medidas metálicas. Aço exato. Tampouco trato palavras nas medidas circunstanciais do calor, dilatadas, recolhidas. Inconstantes. Trato palavras como gestos necessários, aqueles que me salvam, me resgatam do cotidiano, do tempo medido nos ponteiros. Ingrato. Trato palavras como fragmentos de poemas à procura de um restaurador."
(Do poema “Das medidas e do tamanho”, de Margarete Schiavinatto)

O primeiro voo



Embora às vezes eu tente...é difícil ficar longe das palavras...
Quando as palavras chegam em forma de avalanche, um simples guardanapo
transforma-se no mais perfeito papel...
Por isso mais uma vez estou aqui...
mais uma vez dou vida a um "diário eletrônico" onde pretendo compartilhar
as produções, a poesia, as pinturas... a arte que vezpor outra vem até mim
e me faz esquecer o mundo, ignorar o tempo e voar nas asas de minha imaginação...
voar como uma borboleta sob os jardins floridos da primavera.