sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Um pouco de poesia na vida...


                                                    Não te deixes destruir...
                                                    Ajuntando novas pedras
                                                 e construindo novos poemas.
                                              Recria tua vida, sempre, sempre.
                                   Remove pedras e planta roseiras e faz doces. 
                                                                Recomeça.
                                                    Faz de tua vida mesquinha
                                                                um poema.
                                                E viverás no coração dos jovens
                                          e na memória das gerações que hão de vir.
                                       Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
                                                           Toma a tua parte.
                                                         Vem a estas páginas
                                                         e não entraves seu uso
                                                              aos que têm sede.

                                                                          Cora Coralina (Aninha e suas pedras)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Vitória


Ver  uma aluna que repetiu de ano e, para muitos, vista como mais um caso resultante
da fragilidade de nossa escola pública e do comodismo, com esse sorriso bobo no rosto por essa vitória e, ainda,  com a certeza de que é capaz de ir muito mais longe... simplesmente é extremamente
gratificante para mim. As palavras dela diante da professora mais boba ainda ficarão em mim para sempre, ecoando cada vez que eu titubear com os desafios da minha profissão. E suas palavras finalizam esse post, mais uma vez me emocionando...
"Tati, vamos lutar pela medalha de ouro. Somos Nordestinas e vamos provar a esse povo de pensamento pequeno o que os herdeiros de Ariano e Lampião são capazes de conquistar!!"

Amém, Iara!!!

domingo, 26 de outubro de 2014

"Não faz sentido odiar quem nos odeia..."



Poucas frases caíram tão intensamente em mim, nesta última semana, como esta do grande Chico Buarque. Tenho sido silenciosa mais que de costume, mais quieta, observadora e caçadora implacável da paciência e do discernimento para administrar determinadas situações desagradáveis sobre as quais não estou nem um pouco acostumada a enfrentar.
Sempre preferi levar comigo o princípio de não cultivar coisas pequenas, situações e pessoas que me fazem mal, que funcionam como ervas daninhas ou pragas em meu jardim florido e repleto de borboletas, mas essa semana , mais uma vez sucumbi a essas situações...
Meu silêncio que me torna forte por fora, é o mesmo que me despedaça por dentro, fazendo com que os estilhaços fiquem a mostra, fortalecendo quem ou o que me atinge.
Mesmo assim, não alimento o ódio... me pego a sorrisos verdadeiros, a palavras doces, a abraços fortes que dizem "eu estou aqui!"sem produzir um único som, a pessoas que confiam em mim e no meu trabalho e aos que me amam de verdade.
Tem sido difícil suportar. Minha transparência complica a situação e me torna alvo frágil de balas sem asas que partem sempre da mesma direção ...
Como isso me faz mal...
Mas, "não faz sentido odiar quem nos odeia"... e mesmo diante das balas, tenho procurado usar a luz para me defender até porque aprendi que oferecemos o que possuímos e, como toda a certeza do mundo, em mim não habita o ódio e sim coisas boas que me fazem despertar todos os dias e agradecer por sentir a luz do sol bater em meu rosto mais uma vez...


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

COMUNICADO - 2º MAESP


                             Gente, devido à transferência do feriado do funcionário público do dia 28/11 para
31/11, mais uma vez, nossa IIª MAESP foi adiada.    Esperamos contar com a compreensão e a participação de todos na Praça João Felipe  no dia 05/11 (quarta-feira).
Horário: 13:00 às 17:00
Apresentações teatrais, pinturas, capoeira, hip hop, recitais de poesia, mostra de fotografias, músicas, ciranda, comidas típicas, desfile, desenho, reciclagens e muito mais.
Não percam!!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

De volta ao castelo




Vejo e revejo a foto emoldurada na parede de minha memória. O olhar recupera em alto zoom aquele tempo perdido para alguns, mas cravado no íntimo de minhas lembranças. Bons tempos aqueles em que minha escola era castelo encantado, templo indestrutível e alheio às  guerras dos meus heróis preferidos.

A professora e os alunos lançavam olhares curiosos sobre a menina pequena que se escondia no fundo da sala  com um olhar assustado que denunciava sua condição assustada  naquele novo ambiente.Olhar amedrontado, curioso, choroso tomava conta dela naquela nova estação que, por motivos diversos, ela foi obrigada a embarcar.
Fico imaginando hoje o que passava pela cabeça daqueles meninos e meninas ,já adolescentes com suas descobertas, diante daquele pedacinho de gente que chegava para estudar com eles. E a professora, a Tia Laura, olhava tão intensamente e admirada para mim que me obrigava a fugir com olhar para a janela , buscando um refúgio seguro. Ela nem imaginaria que um dia seria uma personagem a bailar em frases entrelaçadas de homenagem fisgadas da memória tímida e especialmente reconhecida pelo bem vivido. Nem eu sabia que ali seria aberto ou me apresentado, um vasto mundo de letras a decifrar, feito poema, todo bordado de entrelinhas e infinitos efeitos.
Logo Tia Laura foi tecendo o fio imenso que nos separava com carinho, palavras doces e sorriso largo. Seu olhar dizia mais que a voz, despontavam a calma que eu buscava para continuar sorrindo e fugindo dos bombardeios de brigas e discussões que me acompanhavam fora das muralhas de meu castelo.
Eu jamais  cogitaria estar nesse meio de enredos genuínos e originais de vidas em contínuo prosseguir. Sempre fui destaque em suas lições zelosas. Assim, um dia, contaria uma célula da sua história imantada no tempo. O que poderia fazer vibrar algo de obscuro num coração embevecido de agradecimentos. Logo ela tornou-se tão minha que os outros alunos reclamavam enciumados e ela, sempre repetia que amava a todos, mas a pequenininha merecia mais cuidados e isso me deixava extremamente feliz.
Na verdade, Tia Laura não sabia do bem que fazia àquela menina tão cheia de sonhos e de medos, resultantes de uma realidade dura que jamais foi revelada aos colegas nem a ela mesma, por mais que a amasse e se sentisse protegida no castelo.
Um dia , em mais uma atividade, tinha Laura distribuiu pequenas imagens, figuras e distribuiu cadernos para que contássemos uma história. Remexi as figuras até encontrar a que me despertava interesse... um castelo. Foi meu primeiro texto e lamento o tempo não ter me permitido tê-lo em mãos, mas sei que  escrevi desnuda de qualquer impedimento, como passarinho livre a criar seu caminho por entre laranjais e jardins. E a felicidade com que eu fazia aquilo hoje, resgatando, me espanta. Foi um "muito prazer" à escrita. Um amor à primeira vista para aquela menina de apenas oito anos. No final a professora boquiaberta com minha história, olhar marejando, sorriso escancarado que eu jamais havia visto. Uma face absurdamente admirada a rasgar elogios que me deixavam radiante sob protestos dos colegas que diziam que não tinha sido eu que escrevera.
Outras aulas se seguiram e mais e mais histórias foram surgindo. No ano seguinte, na metade do semestre Tia Laura mudou de escola e me vi sem a rainha do meu castelo encantado. Passei dias acamada, mergulhada numa tristeza imensa e a aversão ao castelo foi inevitável, porém logo superada devido ao carinho constante de minha mãe. Porém minhas histórias foram com Tia Laura e, em respeito a ela, minha mentalidade de menina não me permitia escrever mais no meu castelo, pois só minha rainha poderia ler e me ver voar como passarinho.
Lembro sempre dela quando leio um conto, quando escrevo...
Mal saberíamos nós que, um dia, minhas letras seriam textos em outras moradas de avivar sentimentos. E mal sabíamos também que me tornaria uma professora como ela. Talvez mais calma. Mas, com certeza, fiel ao seu modo honroso de ser, guardador de alguma referência de seriedade e prestezas. E de algo que pode nos fazer sempre seguir adiante e de cabeça erguida a olhar os plausíveis horizontes.

E eu, especialmente eu, nem sonharia que a minha Tia Laura, a rainha de meu castelo encantado, meu harém afetivo, seria a linda flor ou a relíquia a enfeitar esse meu escrito e, ainda, a grande responsável por ter me envolvido de letras e palavras nesse meu apaixonante universo que me torna passarinho por entre os campos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dia Especial


E meu dia do professor começou com um dia de antecedência, com uma imensa surpresa e ... extremamente florido.Meus terceiros anos fizeram a maior farra dentro da sala dos professores me deixando tão,tão, tão vermelha...
Mas depois da tremedeira e de alguns esclarecimentos, meu sorriso bobo deixou a felicidade transparecer.

domingo, 12 de outubro de 2014

Ser Criança...


Ser criança  é não pensar no amanhã.
É viver o agora intensamente
sem medo de se preocupar
com o que vai acontecer depois...
É correr de cara pro vento
debaixo de chuva
cair, se ralar, choramingar,
levantar e voltar a correr de novo
e de novo.
Ser criança é construir mundos
nos sonhos
onde a frieza dos adultos
não tem permissão para entrar.
Então...sejamos crianças
sempre,
Sejamos felizes!!!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Paraíso

Contagem regressiva para o Festac 2014...
Para recarregar as baterias em uma semana extremamente corrida e cansativa...
Sol, mar, céu... ilha.


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Um desabafo...



E a homenagem póstuma se concretizou...  O que se presenciou desde a morte de Eduardo Campos foi um verdadeiro movimento de comoção, de apelo sentimental com uma família em completa exposição diante de um momento em que, em sã consciência, se considera propício e necessário para o recolhimento.
O "oba oba" de uma  tragédia explorada de forma carnavalesca até o último segundo me deixa extremamente preocupada com o futuro desse povo, antes tão caracterizado por ser "o leão do norte" e, agora, se mostra alienado e com sérios problemas de educação, leitura e senso crítico.
O que  lamento também é esse mesmo povo, mais especificamente da minha cidade, esquecer que durante todo esse período do coronelismo no poder aqui no nosso estado, mendigamos por uma resolução na situação de nossa única escola regular de níveis fundamental 2 e médio que amontoa nossos alunos em um espaço físico totalmente desumano. E nada foi feito... promessas se perdem no tempo e, ao que parece, na mente das pessoas também.
Diante disso, o Maranhão e a Bahia deram um basta no coronelismo que subjugava há séculos. Infelizmente por aqui ele reina soberano e, enquanto não tivermos uma educação de qualidade e nosso povo não entender que fanatismo religioso não pode ser misturado com política criando-se uma "teocracia", continuaremos vendo essas oligarquias governarem nosso estado por muito tempo.


domingo, 5 de outubro de 2014

Telas...

Sinais de Primavera








E quando faltam letras
 a solução 
                                                        é poetizar com cores... =)

Efeito A Bela Borboleta
Um dos meus prediletos

sábado, 4 de outubro de 2014

Reencontros...





Em tempos onde o amor, muitas vezes, tem sido deixado em segundo plano, me espanto em ver um sentimento que brotou há mais de 20 anos, na inocência de duas crianças e, mesmo com tantos desencontros e caminhos diferentes trilhados, ainda faz o coração bater tão intensamente...
Escolhas precipitadas, empecilhos, pessoas, trabalho, medo... nada disso fez a chama ser apagada. Só bastava um olhar tímido cruzar com o outro muito mais brilhante para o tempo parar e a primavera chegar, mesmo sem ser a sua época...
O tempo que afasta é o mesmo que aproxima, ajudando os caminhos a se cruzarem sempre e sempre. 
E traz de volta todo aquele filme lá de trás, onde o menininho sapeca e tagarela silencia ,diante da menina tímida ,das notas sempre altas...
As brincadeiras, as briguinhas pra chamar a atenção um do outro, a cartinha com letrinhas tortas e papel borrado, a promessa... registros, relíquias, tesouros de uma história tão parecida com tantas e tantas outras que eu acreditava que não ultrapassavam as capas dos livros que eu adorava ler...