Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra
graça em si mesmo... Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo
todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova
cor ou não conversa com quem não conhece... Morre lentamente quem não vira a mesa
quando
está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um
sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos. Morre
lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante... Morre
lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que
desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a Morte em
doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples
fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de
felicidade. ( Pablo Neruda )
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