domingo, 12 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Uma Ilha de Luto...


15 de novembro de 2010...
O sol poderia ter despertado mais brilhante na nossa Ilha...
Poderia ser mais um último dia de feriadão, de praia, calor, sol forte, praça do pilar...
mas as cores que poderiam ter feito desse dia, um 15 de novembro mais colorido, perderam seus tons e escureceram todas até chegar ao negro, ao preto, ao escuro, ao luto.
Acordamos surpreendidos pela notícia da morte covarde de Eduardo Henrique, o Dudu.
Um jovem, menino, cheio de sonhos, vida... se desfez em segundos por mais um capítulo da sombria violência que assola, infelizmente, também nossa ilha. Não temos mais o direito de sair de casa, de buscar diversão, conversar com amigos... a violência impera e deixa marcas profundas em nossa alma. Deixa vítimas inocentes como meu primo Dudu. E nossa segurança? Para onde vai o dinheiro dos nossos impostos? Não temos mais direito a sair livremente pelas ruas...

Dudu se foi. A dor é imensa. Dor da perda de um menino alegre, sonhador, inteligente que vivia por aqui sorrindo e alegrando nosso mundo. Dor também de revolta... pela falta de segurança, pelo descaso das autoridades frente a uma tragédia dessa. Quantos e quantos serão, assim como Dudu, vítimas da maldade, da frieza e da impunidade?

Diariamente vemos casos e mais casos, mas só realmente temos noção do problema quando sentimos na pele, quando é alguém nosso...
É lamentável tudo isso...

Infelizmente essa violência chegou aqui em nossa Ilha e nosso Dudu foi a inocente vítima...
Espero que Dudu esteja em um bom lugar agora... que encontre a paz, tal qual seu sorriso de menino irradiava...
A saudade será imensa e a dor que nos machuca também.
Vai em paz, primo!!!

domingo, 7 de novembro de 2010

Eu pela Flor...bela

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!" Florbela Espanca.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A pipa e a flor


Um menino confeccionou uma pipa. Ele estava tão feliz, que desenhou nela um sorriso. Todos os dias, ele empinava a pipa alegremente. A pipa também se sentia feliz e, lá do alto, observava a paisagem e se divertia com as outras pipas que também voavam.
Um dia, durante o seu vôo, a pipa viu lá embaixo uma flor e ficou encantada, não com a beleza da flor, porque ela já havia visto outras mais belas, mas alguma coisa nos olhos da flor a havia enfeitiçado.
Resolveu, então, romper a linha que a prendia à mão do menino e dá-la para a flor segurar. Quanta felicidade ocorreu depois!
A flor segurava a linha, a pipa voava; na volta, contava para a flor tudo o que vira.
Acontece que a flor começou a ficar com inveja e ciúme da pipa.
Invejar é ficar infeliz com as coisas que os outros têm e nós não temos; ter ciúme é sofrer por perceber a felicidade do outro quando a gente não está perto.
A flor, por causa desses dois sentimentos, começou a pensar: se a pipa me amasse mesmo, não ficaria tão feliz longe de mim...
Quando a pipa voltava de seu vôo, a flor não mais se mostrava feliz, estava sempre amargurada, querendo saber com quem a pipa estivera se divertindo.
A partir daí, a flor começou a encurtar a linha, não permitindo à pipa voar alto. Foi encurtando a linha, até que a pipa só podia mesmo sobrevoar a flor.
Esta história, segundo conta o autor, ainda não terminou e está acontecendo em algum lugar neste exato momento.
Há três finais possíveis para ela:
1 - A pipa, cansada pela atitude da flor, resolveu romper a linha e procurar uma mão menos egoísta.
2 - A pipa, mesmo triste com a atitude da flor, decidiu ficar, mas nunca mais sorriu.
3 - A flor, na verdade, era um ser encantado. O encantamento quebraria no dia em que ela visse a felicidade da pipa e não sentisse inveja nem ciúme.
Isso aconteceu num belo dia de sol: a flor se transformou numa linda borboleta e as duas voaram juntas

Rubem Alves

Alice e o gato


-“Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?”
- “Depende bastante de para onde quer ir”, respondeu o Gato.
- “Não me importa muito para onde”, disse Alice.
- “Então não importa que caminho tome”, disse o Gato.
- “Contanto que eu chegue
a algum lugar“, Alice acrescentou à guisa de explicação.
- “Oh, isso você certamente vai conseguir”, afirmou o Gato, “desde que ande o bastante”.
Aventuras de Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll.
Trad. Maria Luiza X. de A. Borges (Zahar, pg 77)

Escola é o lugar da escuta

É preciso que se compreenda a diferença entre ouvir e escutar. Ouvir é um fenômeno fisiológico. Escutar pressupõe tentar adivinhar o que está obscuro. Podemos estabelecer uma analogia com esse processo da escuta através dos conceitos da psicanálise: ego, o que eu conheço de mim; id, o que eu não conheço (vem pela arte); superego, o que gostaria de ser. O ego é o campo da dor, da alegria, da indiferença, dos medos. O eu é feito de pedaços do outro. Tudo é do outro. Escutar é permitir a presença do outro. O aluno que eu escuto vem morar em mim. A presença do outro me completa.(Bartolomeu Campos de Queirós)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Por um futuro menos Tiririca...


Os futuros imaginários nos quais acreditamos há 45 anos precisam ser reformulados, pois se baseiam numa utopia tecnológica. A internet é uma ferramenta útil, não uma tecnologia redentora. Damos poder demais à tecnologia, e assim ignoramos que nós mesmos somos seus criadores e podemos intervir no futuro como quisermos. Esse fetichismo tecnológico deve ser combatido. O futuro, portanto, deve se pautar não pela tecnologia, mas pelos seres humanos. Só poderemos fazer algo concreto a respeito do futuro quando tomarmos consciência de que ele pode ser diferente daquilo que nos é oferecido.

Richard Barbrook Arte: Fabrini
in professor texto.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Letras

As letras podem ser únicas: DNA Podem ser sóbrias: AA As letras podem ter conteúdo: ETC Podem dar prazer: G As letras podem ser um parâmetro: QI Podem ter muito peso: KG As letras podem ser alucinantes: LSD Podem ser profundas: OM As letras sempre têm algo mais a dizer: PS Podem ser implacáveis: RIP As letras podem ser de grande ajuda: SOS Podem ser explosivas: TNT As letras podem te marcar por toda a vida: HIV Podem ser um alívio: WC Podem significar infinitas coisas: N As letras podem causar delírio de grandeza: XL Podem ser muito explícitas: XXX As letras podem ter um bom final: Z Ler é comunicar-se, sonhar, imaginar, entreter-se, aprender, conhecer. Desenvolve o vocabulário, a compreensão e o pensamento crítico. Leia mais e melhor! “A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil, e o escrever dá-lhe precisão”. (Sir Francis Bacon, 1561-1626 - filósofo e estadista britânico) Arte: cinquenta caracteres de Almir

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primavera


A primavera é a estação dos risos,
Deus fita o mundo com celeste afago,
Tremem as folhas e palpita o lago
Da brisa louca aos amorosos frisos.

Na primavera tudo é viço e gala,
Trinam as aves a canção de amores,
E doce e bela no tapiz das flores
Melhor perfume a violeta exala.

Na primavera tudo é riso e festa,
Brotam aromas do vergel florido,
E o ramo verde de manhã colhido
Enfeita a fronte da aldeã modesta.

A natureza se desperta rindo,
Um hino imenso a criação modula,
Canta a calhandra, a juriti arrula,
O mar é calmo porque o céu é lindo.

Alegre e verde se balança o galho,
Suspira a fonte na linguagem meiga,
Murmura a brisa: - Como é linda a veiga!
Responde a rosa: - Como é doce o orvalho!


1° de Julho - 1858


Casimiro de Abreu

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Olhar afinado


A parisiense Anastassia Elias descobriu uma nova forma de reciclar os velhos rolos de papel higiênico. Provocando jogos de sombras parecidos com projeções em miniatura, a artista de 33 anos constrói pequenas cenas do quotidiano, capturando momentos de vida únicos no interior dos pequenos rolos. Anastassia leva até 3 horas para construir cada peça. A paciência e perfecionismo do seu trabalho têm muito a ver com a inspiração nos tradicionais barcos de madeira que são montados dentro de garrafas de virdros. Partindo desta ideia, a autora aprendeu a recortar papel da mesma cor do rolo para colar no seu interior, criando uma ilusão de continuidade e aumentando o jogo de luzes.
Li no Obvious

Retirado de professor texto.

domingo, 19 de setembro de 2010

Um lindo e feliz Aniversário


Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma epoca da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar apesar de todas as dificuldades e todos os obstáculos. Uma só idade para nos encantarmos com a vida para vivermos apaixonadamente e aproveitarmos tudo com toda a intensidade, sem medo nem culpa de sentir prazer. Fase dourada em que podemos criar e recriar a vida à nossa propria imagem e semelhança, vestirmo-nos de todas as cores, experimentar todos os sabores e entregarmo-nos a todos os amores sem preconceitos nem pudor. Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo de novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa.

Parabéns para minha querida amiga Ana!!
Tudo de bom pra vc!! =)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A palavra


Navegador de bruma e de incerteza,
Humilde me convoco e visto audácia
E te procuro em mares de silêncio
Onde, precisa e límpida, resides.

Frágil, sempre me perco, pois retenho
Em minhas mãos desconcertados rumos
E vagos instrumentos de procura
Que, de longínquos, pouco me auxiliam.

Por ver que és claridade e superfície,
Desprendo-me do ouro do meu sangue
E da ferrugem simples dos meus ossos,
E te aguardo com loucos estandartes
Coloridos por festas e batalhas.

Aí, reúno a argúcia dos meus dedos
E a precisão astuta dos meus olhos
E fabrico estas rosas de alumínio
Que, por serem metal, negam-se flores
Mas, por não serem rosas, são mais belas
Por conta do artifício que as inventa.

Às vezes permaneces insolúvel
Além da chuva que reveste o tempo
E que alimenta o musgo das paredes
Onde, serena e lúcida, te inscreves.

Inútil procurar-te neste instante,
Pois muito mais que um peixe és arredia
Em cardumes escapas pelos dedos
Deixando apenas uma promessa leve
De que a manhã não tarda e que na vida
Vale mais o sabor de reconquista.

Então, te vejo como sempre foste,
Além de peixe e mais que saltimbanco,
Forma imprecisa que ninguém distingue
Mas que a tudo resiste e se apresenta
Tanto mais pura quanto mais esquiva.

De longe, olho teu sonho inusitado
E dividido em faces, mais te cerco
E se não te domino então contemplo
Teus pés de visgo, tua vogal de espuma,
E sei que és mais que astúcia e movimento,
Aérea estátua de silêncio e bruma

Carlos Pena Filho

sábado, 11 de setembro de 2010

pontos de vista


quem passe pelo bosque e veja lenha pra queimar.
Tolstói Arte: Renoir


Vou mais além... há ainda os que não querem sair de lá...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lunar


As casas cerraram seus milhares de pálpebras
As ruas, pouco a pouco, deixaram de andar.

Só a lua multiplicou-se em todos os poços e poças
tudo está sob a encantação lunar...

E que importa se uns nossos artefatos
lá conseguiram afinal chegar?

Fiquem arando os sábios seus bodoques:

a própria lua tem sua usina de luar.

E mesmo o cão que está ladrando agora

é mais humano que todas as máquinas
sinto-me artificial com essa esferográfica.


Não tanto...Alguém me há de ler com um meio sorriso

cúmplice...Deixo pena e papel...e, num feitiço antigo,

à luz da lua inteiramente me luarizo...


(Mário Quintana in Apontamentos da vida sobrenatural.)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Escola...saudade


Tem dias que a nostalgia e a saudade batem forte.
Quem nunca sentiu saudades da infância? Do cheirinho de liberdade que reinava pelo nosso mundo pequenino?... Dos passarinhos que cantarolavam do alto das árvores anunciando mais uma nova manhã?
Minha infância teve dessas coisas...
Como era bom explorar a goiabeira da casa de minha vó com meu irmão...
e o pé de jambo de casa? Quantas e quantas vezes não me escondia com Tácio lá em cima, amarrava uma linha de anzol nos jambos e soltava para quando as pessoas que passava fossem, felizes, pegar o jambo que caíra, nós puxarmos a linha, como em uma pescaria de vara de bambu...
Hoje, à medida que o ônibus da escola rodava, eu lembrava da época da primeira série quando todos os dias minha mãe me levava para a escolinha do centro da cidade. Sabe aquela época de primeira série? Época em que ficávamos sonhando com o primeiro dia de aula, loucos pra 'estrear' a mochila nova, os cadernos novos, os lápis de cor novos ( era o que mais me alegrava!!! Desenhava tudo o que vinha na cabeça e distribuia as cores, dando vida às minhas "obras de arte").
Lembro também do meu cantinho na sala de aula, pertinho da janela onde, segundo os meninos, era o lugar de sorte, motivo de minhas notas altas! Na hora da aula, (pasmem!!!), tudo o que a professora perguntava eu respondia de imediato. Respondia tudo, ia ao quadro, lia livros (desde pequena!), reunia os colegas e contava as histórias...
Foi tão bom lembrar desse tempo que não volta mais, porém que está pra sempre gurdadinho por aqui...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Aprendemos palavras para melhorar os olhos


Na escola lembro que passava horas inventando frases com os elementos da tabela periódica para conseuguir memorizar todos...
Aprendi tantas fórmulas de matemática e física, inúmeras nomenclaturas, classificações dos seres viso... tantas e tantas regras...
Me via louca para aprender as conjugações verbais, conseguir juntar a História Geral com a do Brasil... tanta coisa me foi ensinado e muita, mais muita mesmo, já esqueci... Ficou pelo caminho.
Mas por quê será que ninguém, naquele tempo de escola, nunca me ensinou a abrir os olhos e ver a beleza de um nascer de sol? Por que nenhum professor me ensinou a sentir e a desvendar a beleza inserida em um poema?
Recentemente li um texto de Rubens Alves que remetia a isso: "As escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras que com a realidade para a qual elas apontam".
Demorei a entender isso. Na verdade, até na Universidade isso acontecia e ainda acontece. Quando lembro da lista de declinações de latim... da cartilha de verbos de espanhol... era tortura pura. Continuava a me perguntar onde havia importância naquilo tudo e sabia que uns semestres depois, o "bichinho do esquecimento" iria varrer tudinho de minha mente como varreu as fórmulas matemáticas, as nomenclaturas de biologia, as datas de História...

Voltando a Rubens Alves, ele diz que as crianças têm olhos encantados e a escola deve ensiná-las a ver, pois só elas podem ver o que os eruditos não têm a capacidade. Acho que ainda tenho um "restinho" de criança por aqui e acho também que na Universidade felizmente nem todos tinham aquela ideia de vedar os olhos dos alunos e empurrar conteúdo de "ouvido a dentro". Sim, foi lá, dentro das muralhas da Universidade que me ensinaram a abrir os olhinhos encantados de criança e ver muito além das teorias. Não pensem que foi nas aulas de literatura, mas nas aulas de uma disciplina que demorei tanto a cursar por falta de interesse...Psicologia!
Foi lá que aprendi a ver com os olhos encantados das crianças. Foi lá que aprendi a ver a beleza escondida em meus próprios poemas...
A partir dessa nova maneira encantada de ver, as borboletas passaram a ter outro colorido e as palavras, as belas palavras daquelas aulas ajudaram meus olhos a ver o mundo com outros olhos. E tenho plena certeza de que essa "teoria encantada" o bichinho do esquecimento jamais vai tirar de mim!!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Minha Vida em Preto e Branco...


O que seria de mim se não enxergasse a vida em preto e branco?
Certamente não me emocionaria quando escuto aquele hino, aquele sonzinho...tãtãtãtãtãtã...
Certamente não defenderia me time com unhas e dentes...
Certamente não veria sentido em ficar ao pé da tv, do pc ou do rádio quando tem jogo do meu timão...
Dificilmente saberia tanto ( sem medo de modéstia mesmo!) sobre esse esporte tão envolvente chamado futebol.
Se eu não tivesse esse dom (sim, ser corinthiano é um dom!!), jamais sofreria com as derrotas e aprenderia a levantar, como a fênix, imponente após cada vitória.
Ah... Corínthians...
Esse teu mundo preto e branco me energiza, me conquista cada vez mais e me faz ser mais uma louca do bando...

Ser corinthiano é uma magia que ultrapassa as explicações...
os "menos felizes" limitam-se a falar sobre conquistas ausentes em nossa história, mas que bobos!!! Nunca sentirão a magia que corre nas veias de quem tatua no interior do coração aquele símbolo mágico, lindo, imponente!!
O corínthians é maior que qualquer conquista... somos uma verdadeira nação!! Uma nação apaixonada que, diante das adversidades se faz mais gigante e fiel ao clube.


Como diz, o grande toquinho: " Ser corinthiano é ir além de ser ou não ser o primeiro. Ser Corinthiano é ser também um pouco mais brasileiro!!"

Parabéns, CORINTHIANS!!!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

De que são feitos os dias?




De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.

Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.

De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.

Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...

Cecília Meireles
In Canções

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Enleio - By Drummond


Que é que vou dizer a você?
Não estudei ainda o código
de amor.

Inventar não posso.
Falar, não sei.
Balbuciar, não ouso.

Fico de olhos baixos
espiando, no chão, a formiga.

Você sentada na cadeira de palhinha.
Se ao menos você ficasse aí nessa posição
perfeitamente imóvel, como está,
uns quinze anos(só isso)
então eu diria:
Eu te amo.
Por enquanto sou apenas o menino
diante da mulher que não percebe nada.
Será que você não entende, será que você é burra?


In, A Palavra Mágica, Coleção Mineiramente Drummond - Poesias. 10ª ed., Ed.Record, 2003

Esse é mais um daqueles poemas que me encantam... muito doce, singelo...
simplesmente adoroooo =)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A tarde...


Triste encanto das tardes borralheiras
Que enchem de cinza o coração da gente!
A tarde lembra um passarinho doente
A pipilar os pingos das goteiras...
--
A tarde pobre fica, horas inteiras,
A espiar pelas vidraças, tristemente,
O crepitar das brasas na lareira...
Meu Deus...o frio que a pobrezinha sente!
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Por que é que esses Arcanjos neurastênicos
Só usam névoa em seus efeitos cênicos?
Nenhum azul para te distraíres...
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Ah, se eu pudesse, tardezinha pobre,
Eu pintava trezentos arco-íris
Nesse tristonho céu que nos encobre!...

Mário Quintana
--

sábado, 14 de agosto de 2010

O QUE É UMA AMIZADE ?



É interessante pensarmos, por que, dentre tantas pessoas com as quais temos contato em nossas vidas, apenas algumas conseguem estabelecer conosco uma relação de amizade. O que teriam de especial essas pessoas? Qual requisito é necessário a alguém para ser chamado por outro de amigo? Pois bem, não tenho aqui a pretensão de responder a essas indagações, apenas gostaria de dissertar acerca do tema "amizade".
Ao longo de nossas vidas, conhecemos uma infinidade de pessoas, convivemos com algumas centenas ou milhares, mas apenas uma ou duas dezenas conseguem de nós a denominação de "amigos". Colegas temos muitos, mas pessoas que realmente ganham a nossa confiança são pouquíssimas, amigos de verdade então, podemos contar nos dedos. Gosto de fazer retomadas rápidas de fatos e fases da minha vida, e vez por outra me deparo com uma situação assim, pessoas que passaram de simples desconhecidos à condição de amigos, aí vejo como é mágica essa energia química que une os amigos. Podemos pensar que temos um perfil estabelecido para adequar a pessoa às nossas pretensões, mas se pararmos para analisar, nossos amigos não possuem perfis semelhantes, muito pelo contrário, alguns deles possuem características diametralmente opostas às dos outros. Nesse caso, fica provado que realmente trata-se de uma questão de química, de astros, de alguma coisa não palpável que emana de alguns seres especiais e irradiam um feixe de luz na direção de outro. Amigo é aquele que entende, é aquele que aceita os nossos erros, pois nos conhece melhor que nós mesmos. Amigo é aquele que ajuda, é aquele que conversa, pois está sempre disponível para nos ouvir. Amigo é aquele que conforta, é aquele que ampara, pois sabe que todos temos nossas fraquezas, mas sabe também que todas as dificuldades podem ser superadas, sobretudo com a ajuda de quem confiamos. Amigo é aquele que gosta de graça, não nos pede nada em troca, nem mesmo compreensão. Amigo é aquele que aceita as diferenças, pois sabe que todos somos diferentes, e é isso que nos leva a crescer como pessoas. Enfim, amigo é aquela pessoa que chora o nosso choro, que sorri o nosso sorriso, é alguém muito especial que Deus nos enviou para juntos enfrentarmos as desventuras diárias, e juntos também desfrutarmos dos prazeres da vida, pois Ele sabe que ninguém vence uma guerra lutando sozinho.

In: http://rrv-coisasecoisas.blogspot.com

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Não se pode ser frio quando se trabalha com a arte


Um verdadeiro artista deixa-se arrebatar por tudo o que acontece ao seu redor, interessa-se entusiasticamente pela vida, que se torna, para ele, o objeto de seu estudo e de suas paixões. Tenta assimilar as impressões que recebe do exterior, e, como artista, procura fixá-las em seu coração. Não se pode ser frio quando se trabalha com a arte. Você têm de possuir um certo grau de entusiasmo interior. Nossa mente pode ser ativada a qualquer momento. Mas isto não é suficiente. Precisamos da colaboração fervorosa e direta de nossas emoções e desejos, bem como de todos os outros elementos de nosso estado interior de criação. Assim como a levedura provoca a fermentação, a percepção da vida de seu papel provoca uma espécie de arrebatamento interior, a ebulição necessária para um ator. A capacidade de inflamar seus sentimentos, sua vontade e sua mente é uma das qualidades do talento de um ator e um dos objetivos fundamentais de sua técnica interior.
Stanislavski

sábado, 7 de agosto de 2010

Só há educação com Amor


Ama-se na medida em que se busca comunicação, integração a partir da comunicação com os demais. Nãoeducação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar. Nãoeducação imposta como nãoamor imposto. Quem não ama não compreende o próximo, não o respeita. Nãoeducação do medo. Nada se pode temer da educação quando se ama.

Paulo Freire

Às vezes me pergunto... será que consigo ter esse amor todo?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Você se permite cativar?


Você é capaz de dizer até onde foi cativado por alguém?
Sabe dizer: até aqui você faz parte da minha vida, dali em diante não pode mais?
Alguém consegue conter a água do mar quando ela arrebenta em onda no paredão de pedras? Assim são as pessoas que nos cativam. Não conseguimos limitar o que sentimos,
não podemos determinar o dia, o horário em que se tornaram especiais;
nem mesmo conseguimos separar a pessoa como um talher que se organiza por tamanhos; percebemos apenas que nunca mais nossas vidas serão as mesmas, sempre teremos na memória aquele(a) que se tornou especial.
Não sei, não me ensinaram na escola a limitar o espaço que alguém pode ocupar em minha vida. Não me ensinaram a ser menos intensa, menos colorida, menos EU. E por não saber ser alguém diferente, sou sempre e intensamente, eu mesma e, digo que hoje sei o valor de ser cativado. A importância não está em quem cativou, mas sim em quem se permitiu ser cativado. Pois aqui estou eu, me imaginando no lugar mais lindo que meus olhos já puderam contemplar de braços abertos... Comemorando a alegria de saber que eu me permito ser cativada,
me permito ter olhos esperançosos, me permito sorrir...

sábado, 31 de julho de 2010

É tudo o que mais quero...


Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra com trabalho.
As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Existem dois tipos de Felicidade : Do coração e da cabeça.


O primeiro tipo não depende do intelecto nem de filosofias que elegemos como necessárias para desfrutar a vida. O segundo tipo depende de uma certa sofisticação do ser, que o leva a ter interesses variados. Mas uma felicidade básica depende sobretudo de se ter interesse pelas pessoas e pelas coisas. Interagindo com o mundo de alguma maneira. O interesse pelas pessoas é uma modalidade de afeto: entrar em contato com outras pessoas sem expectativas. Gostar de muitas pessoas com naturalidade e sem esforço é, possivelmente, a maior de todas as fontes de felicidade pessoal.

BERTRAND RUSSELL

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Valeu, Mano



E os Corinthianos estão órfãos...
Nosso treinador deu um, "até logo" ontem no Pacaembu
e foi assumir a seleção brasileira.
Que ele faça por lá o que fez por aqui...
devolveu a alegria à nação alvinegra!!
Uma alegria que foi ofuscada com a queda para a série B em 2008
e que ele conseguiu devolver com maestria no ano seguinte.

valeu, Mano!!!

"Se caminhar para frente for voltar para o Corinthians, eu voltarei"

Mano Menezes

sexta-feira, 23 de julho de 2010

By Clarice


“ Ando de um lado para outro, dentro de mim.
estou bastante acostumada a estar só,
mesmo junto dos outros ."

clarice lispector

quarta-feira, 21 de julho de 2010





O
mundo não está interessado nas tempestades
que
você encontrou.
Querem
saber se você trouxe o navio.