Há exatos 90 anos um grupo de jovens intelectuais brasileiros revolucionaram a arte brasileira ao se reunirem em São Paulo e realizarem a Semana da arte Moderna. A partir daquele momento fosse na pintura, na literatura, na arte em geral, o Brasil deixava de lado os moldes europeus e proclamava sua independência artisticamente falando. Foi um grito de liberdade! Foi uma geração que ousou com irreverência e inteligência e escreveu, talvez, a página mais bonita da arte brasileira.
A Semana de 22 apresentou conceitos inéditos à plateia brasileira, mas que já estavam tomando forma pelo mundo. Essa nova arte, apresentada de um modo autenticamente brasileiro, basicamente contestava tudo o que se conhecia até então: poesias declamadas (antes eram apenas escritas e lidas), noções de artes plásticas aplicadas na tela, concertos acompanhados de cantoria, e tantas outras inovações que, hoje em dia, se tornaram comuns.
Para o público erudito da época, tanta mudança de uma só vez era um escândalo. A Semana de 22 é relembrada como o estopim do modernismo em oposição à vanguarda. Algumas anedotas curiosas do evento ainda dão o que falar – como o fato do maestro Villa-Lobos ter comparecido ao Teatro Municipal de chinelos! Irreverente? Não. Sofria apenas de um caso agudo de joanetes!
Para quem faz arte no Brasil hoje em dia – e, por arte, entende-se todas as formas de expressão -, a Semana de 22 é relevante por ter aberto portas, desafiado, e provado que é possível ousar e não mais acatar o que era feito antes. Uma postura que, no cenário atual, é muito importante! Antes, o novo e o original eram vistos com desconfiança. Hoje, as pessoas estão muito mais receptivas ao que é diferente. Será que estamos prontos para a próxima evolução?
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