segunda-feira, 17 de maio de 2010

No que somos bons?



Encontrei essa questão em um blog de um professor e, achando-a interessante, me propus a responder, adaptando a mim ... “Em que eu sou boa?”

Eu sou muito boa em dizer que tenho uma certa dificuldade em pensar em algo que realmente eu seja boa. Bom, mas muita gente deve começar a pensar e, até mesmo falar, algo que eu faça. Mas...remember? eu disse “coisas que realmente eu sou boa!!” e não “coisas que eu gosto de fazer!!” Isso certamente vai fazer com que pensem que sou louca, não? Não...não sou.
Eu poderia dizer que sou muito organizada, mas que não tenho nenhuma facilidade para me entrosar em trabalhos em grupo... mas, espere aí! Isso aqui não é nenhum currículo..ou é? Será que é alguma entrevista?? Ah... aí eu travo. Pode vir, ainda, alguém que faz o célebre comentário-clichê : - Como é que você tem dificuldade de se relacionar com grupos se é professora? Ora...mais uma vez eu volto ao início dessas palavras:- Estou falando do que sou boa e não do que gosto!! (volte ao início e releia!)
É mais fácil pra mim convencer as pessoas de que “aquilo que é bom em mim” anda meio camuflado pra mim. Entende? (Haja mim!!rsrs) Os outros podem até perceber, apontar algo, mas eu... eu mesma considero que são coisas que gosto, que me esforço pra fazer, que me dão prazer em fazer mas, não vejo tanto talento assim na realização dessas coisas.
Machado de Assis disse que a verdade sai do poço, sem indagar quem se acha à borda, e essa é a minha verdade: Eu não sei dizer com exatidão no que eu sou boa. Eu simplesmente penso, faço e me conduzo da melhor maneira que consigo em tudo aquilo que me proponho a fazer. É exatamente aí, nesse ponto, que surge uma coisa presente o bastante em mim para me atrapalhar... meu perfeccionismo. É aquela coisa... mesmo que eu não seja boa em algo, mas se tenho que fazer, tenho que fazer bem feito. Não sei, não consigo fazer por fazer. Tenho que dar o máximo de mim, mesmo que não seja um exímio talento em tal coisa. Fazer por fazer faz mal. Deixar os defeitos á mostra me incomoda... a busca pela perfeição atrai, motiva e, algumas vezes me detona também!
Eu não sou uma expert em xadrez ( só sei que o cavalo anda em L), nunca aprendi a lógica da química inorgânica (existe?), sou um desastre nas artes da vovó...(bordados e Cia.), uma desastrada na cozinha, travo pra falar em público...
Tudo bem, sei misturar as tintas, juntar palavras, recortar e colar pedacinhos de papeis, rabiscar e criar figuras, juntar imagens e sons, aproximar uma câmera das flores do jardim de minha casa e eternizar aquele instante. Sei fazer tudo isso, gosto de fazer tudo isso, mas... não sou muito boa em fazer tudo isso. Apenas faço, dando o máximo de mim...
Eu posso ser uma desnorteada no que concerne o autoconhecimento, mas eu sou corajosa pelo menos. Sei que tento, mesmo com minhas limitações. Talvez eu seja boa em dar a cara para bater, submeter-me ao risco. E submetendo-me ao difícil, o incompreendido, eu vou acabar descobrindo em um estalo, no que eu sou realmente boa.
Há uns dias atrás, li um texto da Martha Medeiros que dizia: "A poesia é uma fatalidade do olhar. Baste um frame de segundo e ela se revela, para então se esconder novamente atrás da pressa, do tédio, do desencanto, do hábito, do medo do ridículo que paralisa todos nós." E se pelo menos depois dessas palavras aqui, depois do que disse dos meus “talentos” alguém chegar a conclusão de que , realmente, eu não sou boa em nada, eis que eu vos contradigo: Sou boa em ser convincente. =)

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